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O ÚLTIMO DIA DA FESTIVIDADE

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13 de junho. Os devotos estão em suas casas ou em oração ou preparando o dia que começou. Dia de festa. De festa? Dia de vida, dia de alegria, dia de orgulho, dia de fé, dia de sonhos, dia de saudades, dia de… distância?

Santo Antônio de Pádua, de Lisboa e de Alenquer é lembrado com as músicas de Waldomiro Patrício e outros cantores nas casas, com poemas, com fogos ao meio-dia, com o badalar dos sinos da matriz na mesma hora, com famílias reunidas e com a procissão de encerramento. 

E a festividade? A pandemia não permitiu que a praça pudesse estar cheia de pessoas passeando, brincando, namorando e acompanhando os eventos culturais. A pandemia não permitiu que a cidade fosse abraçada por alenquerenses aqui residentes ou por alenquerenses de outras cidades da forma que somos acostumados.

Não bastasse a proibição das barracas ao redor da igreja, fato antes da pandemia, uma ação que destruiu parte – profana – da festividade do padroeiro e fez da trezena irreconhecível e incompleta, atitude desnecessária, vem essa doença que destrói sonhos e vidas.

Não é só assunto de Igreja Católica. Não é só acontecimento de uma comunidade. Não é somente religião. A festa de Santo Antônio é patrimônio imaterial de Alenquer, que acontece possivelmente há mais de um século. O círio de Santo Antônio é patrimônio imaterial, histórico e artístico reconhecido pelo estado do Pará. A celebração do santo casamenteiro é tradição que mexe com o sentimento de um povo e de uma região.

A veneração ao franciscano em terras alenquerenses se confunde com a história do seu povo. Desrespeitos e preconceitos à parte, não há como negar que a festa católica é o mais marcante acontecimento em Alenquer há muitos anos. E é fundamental valorizar, respeitar e fortalecer ano a ano.

Em 2021, os eventos da festividade foram com poucas pessoas presentes e com transmissões via rádio, televisão e internet, transmissões essas como principal contato da multidão, que ficou em casa.

As dificuldades vieram. Os medos tomaram conta de muita gente. Pessoas queridas partiram, vítimas dessa doença traiçoeira. Mas a festividade aconteceu. Santo Antônio foi cantado e festejado. A tradição permaneceu firme. Uma fé incrível que se renova a cada barreira que aparece no caminho do devoto, que, ao invés de se deixar vencer pelo muro, constrói pontes de amor e oportunidades.

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